Armorial Lusitano
Representações Zairol, LDA
Rua Latino Coelho, 8-5º-Dto, 1000 Lisboa
Descrições da História de Família e Brazão de Armas consultadas in:
- Família Aboim
História - Aboim é um apelido de origem toponímica, retirado do nome de um lugar distante quatro léguas de Monção, hoje chamada Aboim da Nóbrega, freguesia do concelho de Vila Verde, distrito de Braga.
D. Ourigo Fernandes da Nóbrega, padroeiro do Mosteiro de S. Martinho de Crasto casou com D. Maria Lourença da Cunha e foram os pais de D. Fernando Ourigues da Nóbrega e de D. Pedro Ourigues da Nóbrega, ambos com sucessão.Foram os filhos de D. Pedro Ourigues da Nóbrega os primeiros a usar o apelido, o mesmo fazendo os de seu sobrinho-neto D. Pedro Ourigues.
Armas - Esquartelado: o primeiro e o quarto xadrezado de ouro e de azul, de cinco peças em faixa e cinco em pala. O segundo e o terceiro de ouro, com três palas de azul.
Timbre: um quadro xadrezado do primeiro quartel do escudo, entre dois braços vestidos de azul que o sustentam.
- Família Abreu
História - Pretendem alguns linhagistas que o apelido tenha origem num conde de Evreux que teria acompanhado o conde Henrique da Borgonha na sua vinda para a Península.
Sabe-se da existência de uma Quinta de Abreu na freguesia de S. Pedro de Merufe, termo de Monção.
O mais antigo fidalgo que se conhece com este apelido é Gomes de Abreu, pai de Rui e de Garcia Gomes de Abreu, que viveram no tempo de D. Afonso Henriques.
O ramo mais importante desta família é o dos Senhores de Regalados.
A família tem raizes no Minho mas expandiu-se por todo o país.
Armas - Originalmente, de vermelho, três asas de águia de ouro.
Actualmente usam: de vermelho, cinco cotos de asa de águia de ouro.
Timbre: uma asa do escudo
- Família Aguiar
História - Provêm da antiga e ilustre família dos Guedes e tomaram o apelido do senhorio de Aguiar, na província de Trás-os-Montes.
O primeiro a usar este nome foi D. Mendo Peres de Aguiar que viveu no tempo de D. Afonso Henriques.
Desta família saíu o ramo de Aguilar, de Espanha, de que existem ramificações em Portugal. A família, aliás, expandiu-se por todo o país e ilhas.
Armas - De ouro, águia de vermelho, armada e membrada de negro.
Timbre: a águia do escudo.
- Família Albergaria
História - Uma das mais antigas e distintas famílias de Portugal, descende de D. Paio Delgado, que viveu na segunda metade do século XII e instituíu uma albergaria em Lisboa que, segundo parece, ficava situada na freguesia de São Bartolomeu e foi conhecida por Albergaria de Paio Delgado.
Por esta razão, a descendência de Pêro Pais, filho segundo de Paio Delgado adoptou o apelido de Albergaria, enquanto a geração do filho primogénito, Martim Pais, usou Rebelo por sobrenome.
Deixou Pêro Pais por herdeira uma única filha, Maria, que casou primeiro com D. Xira, fidalgo inglês que foi donatário de Vila Franca do Ribatejo e nessa terra perpetuou o nome e, em segundas núpcias, com Fernando Hermigues, deste último casamento nascendo Soeiro Fernandes, que sucedeu na administração da Albergaria.
Adoptando o patronímico, Soares, fixou o apelido em Soares de Albergaria que se mantem nos nossos dias.
Armas - De prata, com uma cruz florenciada e vazia de vermelho; bordadura do primeiro, carregada de doze escudetes de azul, sobrecarregados, cada um, de cinco besantes do campo.
Timbre: um dragão de vermelho
- Família Albuquerque
História - A família Albuquerque é um ramo da família de Menezes e esteve ligada, desde a sua origem, às casas reais de Castela e de Portugal, bem como a todas as grandes famílias da Península.
D. Afonso Teles de Menezes, 2º senhor de Menezes e Medelim foi o primeiro povoador de Albuquerque, vila de quem também teve o senhorio. Casou duas vezes: a primeira com D. Elvira Girão, tendo a sua descendência usado o apelido de Girão. Casou a segunda vez com D. Teresa Sanches, filha bastarda de D. Sancho I, e deste casal foi filho D. João Afonso de Menezes, que sucedeu nos senhorios de seu pai e foi rico-homem e alferes-mór de D. Afonso III de Portugal, de quem era, aliás, primo co-irmão.
De D. João Afonso foi filho, entre outros que continuaram o apelido de Menezes, D. Rodrigo Anes Telo de Menezes que foi 3º senhor de Albuquerque.
Do seu casamento com D. Teresa Martins de Soverosa foi filho D. João Afonso de Albuquerque, 4º senhor de Albuquerque e primeiro a adoptar o apelido.
Este D. João Afonso de Albuquerque foi mordomo-mór do rei D. Dinis e conde de Barcelos por mercê de 8.5.1298, e dele descende a família de Albuquerque, em Portugal e Espanha.
Armas - armas antigas: De vermelho, com cinco flores-de-lis de ouro.
Timbre: uma asa de negro, com cinco flores-de-lis de ouro postas em sautor.
As armas modernas: esquartelado: o 1º e o 4º de prata, com cinco escudetes postos em cruz, cada escudete carregado de cinco besantes de prata, em sautor; o 2º e 3º de vermelho com flores-de-lis de ouro postas em sautor.
Timbre: um castelo de ouro rematado por uma flor-de-lis do mesmo ou uma asa de negro carregada de cinco flores-de-lis de ouro postas em sautor.
- Família Almada
História - Não se conhecem com a exactidão as origens remotas da família, mas os linhagistas pretendem fazê-la descender de um fidalgo inglês que participou na conquista de Lisboa aos Mouros e por essa razão terá sido agraciado pelo rei D. Afonso Henriques com a doação da vila de Almada.
Joane Anes de Almada, que viveu nos reinados de D. Afonso IV, D. Pedro I e D. Fernando é, documentadamente, o primeiro que se conhece com o uso do apelido.
João Vaz de Almada, que serviu D. João I e foi seu embaixador em Inglaterra, foi cavaleiro da Ordem da Jarreteira e pai de D. Álvaro Vaz de Almada, que recebeu do rei de Inglaterra o título de conde de Avranches, na Normandia.
À família pertencem vários outras figuras grandes da História de Portugal que se notabilizaram particularmente pelo seu patriotismo.
Armas - De ouro, com banda de azul, carregada de duas cruzes florenciadas e vazias de ouro, acompanhada de duas aguietas estendidas de vermelho, armadas e sancadas de negro.
Timbre: uma aguieta do escudo
- Família Almeida
História - Almeida é um apelido de origem toponímica que provém de uma aldeia chamada de Almeida fundada pelos anos de 1223 e 1245 no julgado de Azurara da Beira, actualmente concelho de Mangualde, por João Fernandes, filho de Fernão Canelas, senhor das quintas do Pinheiro e de Canelas, na freguesia de Mangualde.
No século XVII, esta aldeia passou a chamar-se Almeidinha, sobre a qual foi criado o título de barão e visconde de Almeidinha concedido aos Amarais Osórios.
À família de Almeida pertencem grandes vultos da História de Portugal, de que são exemplo D. Francisco de Almeida, vice-rei da Índia e Duarte de Almeida, o Decepado, herói da batalha de Toro, a Marquesa de Alorna, etc.
Armas - De vermelho, uma dobre-cruz acompanhada de seis besantes, tudo de ouro, com bordadura do mesmo.
Timbre: uma águia estendida de negro, carregada de nove besantes de ouro, três no peito e rês em cada asa, ou de vermelho também carregada de nove besantes de ouro.
- Família Andrade
História - Família antiga originária da Galiza cujo solar - a vila de Andrada - ficava entre Puente Dueme, Ferrol e Villalba, de cujas vilas o rei D. Henrique II fez mercê a seu provado Fernão Peres de Andrade, descendente de Bermudo Peres de Traba Freire de Andrada, que provinha dos antigos condes de Traba e Trastamara. Foram feitos condes de Villalba por mercê dos reis Católicos.
Os Andradas - ou Andrades - ligaram-se por diversas vezes aos Freires, razão por que os dois apelidos passaram a considera-se indissociáveis, usando uns Andrade Freire, outros Freire de Andrade. Subsistiram também isoladamente.
Por várias vezes passaram a Portugal, onde muito se expandiram.
Os principais ramos portugueses provêm de Rui Freire de Andrade, que veio para Portugal com seus dois filhos D. Nuno Rodrigues Freire de Andrade, mais tarde mestre da Ordem de Cristo, e Vasco Freire.
João Fernandes de Andrade, filho de Fernão Dias de Andrade e de D. Beatriz da Maia, serviu os reis D. Afonso V e D. João II nas tomadas de Arzila e de Tânger e em recompensa dos seus serviços teve mercê nova de armas (28.2.1485), além da doação, na ilha da Madeira, das terras do Arco da Calheta.
Armas - De verde, com banda de vermelho, perfilada de ouro, abocada por duas cabeças de serpe do mesmo.
Timbre: uma serpe de duas cabeças batalhantes, de ouro, sainte.
- Família Arca
Sem quaisquer informações in: http://www.geneall.net.
http://www.heraldica.genealogias.org ( Brasões da Sala de Sintra )
História - De origem incerta. Estabeleceu-se em Montemor-o-Novo.
Armas - Esquartelado: o primeiro e o quarto de ouro, faixa de vermelho; o segundo e o terceiro conm cinco pontos de vermelho, equipolados a quatro de ouro.
Timbre: um perdigueiro sentado, de negro.
- Família Ataíde - Athayde - Athaíde
História - Família antiga que tirou o apelido da torre e quinta de Ataíde, na freguesia de S. Pedro de Ataíde, antigo concelho de Santa Cruz de Tâmega.
É incerta a origem desta família porque os genealogistas divergem nas suas opiniões, pretendendo alguns que provenha do grande Egas Moniz, aio do rei D. Afonso Henriques, sem contudo concordarem acerca de qual fosse o filho de quem descendem.
Da família de Ataíde saíram importantes casas e esclarecidos varões.
Armas - De azul, com quatro bandas de prata.
Timbre: onça sentada, de sua cor, com quatro bandas de prata.
- Família Azevedo
História - Provêm os Azevedos de D. Pedro Mendes de Azevedo, que assim se chamou por viverem no couto e honra de Azevedo, no concelho de Barcelos. Era filho de D. Mem Pais ou D. Mendo Bufião e de sua mulher D. Sancha Pais e neto materno de D. Paio Godins e bisneto de D. Godinho Viegas de Baião, que edificou o mosteiro de Vilar de Frades, nas margens do rio Cávado, junto a Barcelos.
D. Godinho Viegas de Baião descendia de D. Arnaldo de Baião que serviu Afonso V de Leão contra os Mouros, na Galiza e Entre Douro e Minho, onde povoou várias terras, e foi casado com D. Ufo, que pertencia à família dos antigos reis godos.
Pretendem alguns linhagistas que este Arnaldo de Baião era filho de Guido, imperador de Itália e bisneto de Carlos Magno.
Armas - De ouro, com uma águia estendida de negro.
Timbre: a águia do escudo.
O ramo da família que possuíu o senhorio de São João de Rei acrescentou as armas, usando: o 1º e o 4º de ouro, com uma águia estendida de negro; o 2º e o 3º de azul, com cinco estrelas de seis pontas de prata e bordadura cosida de vermelho, carregadada de oito aspas de oiro.
Timbre: uma das águias do escudo.
História - Embora seja discutível se a raiz deste nome é toponímica ou outra, o que é de aceitar sem discussão é que se trata de uma família com nobres e remotas origens.
Alguns genealogistas fazem dela um ramo dos «de Baião», mas o que parece estar já suficientemente documentado é que ela veio a herdar os bens da linhagem dos «de Chaim» e, posteriormente, os dos Velhos, o que basta para demostrar a preponderância social que foi a sua desde eras muito remotas.
Armas -Escudo pleno de arminhos.
Timbre: um busto de donzela, vestida de arminhos e com os cabelos soldos de ouro.
- Família Bettencourt - Bethencourt – Bethancourt
História - Esta família é de origem francesa, tendo tirado o nome do lugar de Bethancourt, na Picardia, pelo que se trata de um apelido de raiz toponímica.
Dizem os genealogistas que o primeiro desta família que passou à Península foi Messire Jehan de Bethancourt que tendo partido à descoberta no comando de uma pequena frota de naus, veio a encontrar algumas das ilhas do arquipélago das Canárias, das quais parece ter chegado a titular-se rei. Tendo morrido solteiro e sem descendência, foram seus herdeiros Maciot e Henri e, falecendo o primeiro, vendeu o segundo aquelas ilhas ao Infante D. Henrique de Portugal, passando depois à Madeira, onde se fixou e teve as saboarias da ilha.
Sem descendência legítima por ser cavaleiro professo da ordem de S. João de Jerusalém, então chamada de Rodes, obteve a legitimação de uma filha bastarda, que se casou com Rui Gonçalves da Câmara, casamento de que não houve sucessão.
Por isso, instituíu ela com o citado seu marido o morgado designado de Águas de Mel, tendo chamado para seu primeiro administrador seu primo Gaspar de Bethancourt.
Esta família teve larga descendência, tanto nas ilhas como no continente havendo o seu nome sido deturpado para Bethencourt e popularizado sob as mais diversas formas: Bettencourt, Betencour ou Betencur, etc
Armas - De prata, um leão de negro, armado e lampassado de vermelho.
Trimbre: o leão do escudo.
Armas - De prata, um leão de negro, armado e lampassado de vermelho.
Trimbre: o leão do escudo.
- Família Borges
História - Dizem certos genealogistas que a família deste nome se originou em Rodrigo Anes, cavaleiro português que, tendo passado a França, combateu sob o comando do Rei Filipe Augusto, e por se ter ilustrado com feitos valorosos ganhou a estima deste soberano, que lhe cometeu a empresa de ir em socorro da cidade de Bourges, cercada pelos exércitos dos cátaros.
Tão bem e valentemente se desempenhou ele desta missão que ficou sendo conhecido pela designação de Chevalier de Bourges. Regressando a Portugal, Rodrigo Anes estabeleceu-se em Trás-os-Montes e viu a sua alcunha transformada em Borges. Pode no entanto, não passar tudo isto de uma lenda sem o menor fundamento, e o apelido Borges ser uma deturpação do nome espanhol de Borja.
Armas - De vermelho, um leão de ouro, armado e lampassado de azul; bordadura de azul, semeada de flores-de-lis de ouro.
Timbre: o leão do escudo
- Família Brito
História - Trata-se de nome com raízes toponímicas , tirado que foi da vila de Brito, entre o rio Ave e a Portela dos Leitões.
As origens desta família são muito remotas, se bem que ela viesse, como tantas outras, a sofrer bruscas decadências seguidas de rápidas ascensões nas escala nobiliárquica.
Em 1608, concedeu o rei D. Filipe II (Filipe III de Espanha) a Filipe de Brito Nicote, em paga dos seus muitos serviços na conquista do reino de Pegu e na defesa da fortaleza de Seriam, carta de armas novas.
Armas - De vermelho, nove linsonjas de prata, apontadas e firmadas nos bordos do escudo, postas três, três e três, cada uma contendo um leão de púrpura.
Timbre: um dos leões do escudo.
De Filipe Brito Nicote: escudo cortado, sendo o primeiro de vermelho, um castelo de ouro, lavrado de negro, aberto e iluminado de azul, flanqueado de seis bezantes de prata alinhados em pala, três à dextra e três à sinistra; e o segundo de prata, ondado de azul.
Timbre: o castelo do escudo, encimado por um dos bezantes.
- Família Cabral
História - Não se conhecem as verdadeiras origens desta família, embora seja muito plausível que constitua um ramo da antiga linhagem dos «de Baião». Quanto ao apelido adoptado, é verosímil que seja derivado de alcunha, nascida das armas usadas.
É possível traçar-se documentalmente esta família a partir do bispo da Guarda D. Gil Cabral e de Álvaro Gil Cabral, que teve o senhorio de Azuzara e a alcaidaria-mor de Belmonte, bens e cargo herdados pela sua linha de descendência primogénita e varonil.
Foi aquele Álvaro Gil trisavô de Pedro Álvares Cabral, o navegador e descobridor do Brasil.
A um sobrinho direito de Pedro Álvares Cabral, Jorge Dias Cabral concedeu o Imperador Carlos V, em recompensa dos seus serviços militares prestados durante a guerra da Flandres, novas armas.
Pouco se sabe ao certo a respeito da vida de Pedro Álvares Cabral antes ou depois da viagem que o levou a chegar no Brasil. Acredita-se que tenha nascido em 1467 ou 1468 - o ano anterior é o mais provável - em Belmonte, a cerca de 30 km de distância da actual cidade da Covilhã.
Foi baptizado como Pedro Álvares de Gouveia e, só anos mais tarde, supostamente após a morte de seu irmão mais velho em 1503 começou a usar o sobrenome do pai. Foi um dos cinco filhos e seis filhas de :
Fernão Cabral, Fidalgo do conselho, 1 º regedor das justiças da Beira (1464), adiantado-mor da Beira (1464), Coudel-mor do Reino, alcaide-mor de Belmonte. Senhor de juro e herdade de Belmonte, de Azurara da Beira e de Manteigas, e de Isabel Gouveia, filha de João, senhor de Gouveia. De acordo com a tradição familiar, os Cabrais eram descendentes de Carano, o lendário primeiro rei da Macedónia. Carano era, por sua vez, um suposto descendente de sétima geração do semideus grego Hércules. Mitos à parte, o historiador James McClymont acredita que outro conto familiar pode conter pistas para a verdadeira origem da família Cabral. Segundo essa tradição, os Cabrais derivam de um clã castelhano chamado Cabreiras que possuía um brasão similar. A família Cabral ganhou destaque durante o século XIV. Álvaro Gil Cabral (trisavô de Cabral e um comandante militar de fronteira), foi um dos poucos nobres portugueses a permanecer fiel ao rei D. João I durante a guerra contra o rei de Castela. Como recompensa, D. João I presenteou Álvaro Gil com a propriedade do feudo hereditário de Belmonte.
O brasão de armas de sua família foi elaborado com duas cabras roxas em um campo de prata. Roxo representa fidelidade e as cabras derivam do nome de família. No entanto, apenas seu irmão mais velho tinha o direito de fazer uso do brasão da família.
Armas - São suas armas: de prata, duas cabras de púrpura sotopostas.
Timbre: uma das cabras do escudo.
De Jorge Dias Cabral, concedidas pelo imperador Carlos V: São suas armas: de vermelho, quatro lanças de ouro, hasteadas do mesmo e dispostas em pala, acompanhadas em chefe por uma espada de prata, posta em faixa. Bordadura cosida de verde, carregada de quatro manoplas e coxotes de parta, acantonados, e de quatro adagas de prata, guarnecidas de negro, postas no alto e nos flancos.
Timbre: pescoço e cabeça de cavalo de prata, freado de vermelho, quatro vezes ferido do mesmo e cuspindo sangue pela boca.
- Família Carvalho
História - Nome de raízes toponímicas, foi extraído da vila da mesma designação, na diocese de Coimbra, e adoptado por Gomes de Carvalho, que viveu em meados do séc. XIII, e que foi pai de Fernão Gomes de Carvalho. Usava este último por armas em inícios do séc. XIV um escudo carregado por uma caderna de crescentes. No séc. XVI, de acordo com o Livro do Armeiro-Mor e o "da Nobreza e Perfeição das
Armas".
Armas - De azul, uma estrela de ouro de oito raios encerrada em uma caderna de crescente de prata.
Timbre: um cisne de prata membrado e armado de ouro, com a estrela do escudo no peito.
- Família Castelo-Branco - Castelo Branco - Castelbranco
História - Apelido de típicas raízes toponímicas, são assaz nebulosas as origens da família que o adoptou, só se confirmando que os seus mais remotos antepassados documentados terão vivido na primeira metade do séc. XIV, possuindo então a graduação nobiliárquica de cavaleiros.
A chefia desta família terá vindo a cair na Casa dos Condes de Vila Nova de Portimão.
Um ramo varonil da família Castelo Branco estabeleceu-se em Portalegre em meados do século XV na pessoa de Martim Vaz de Castel-Branco, o Velho, e do
seu casamento com Ana Lopes Pereira descende a família Castel-Branco que se diferençou pelo uso do nome sem o "o" final de Castelo.
Usa a mesma grafia Castel Branco a descendência de Domingos da Silva de Campos (c. 1528-1596), casado que foi com D. Isabel Rodrigues de Castel Branco, descendente do mesmo tronco original dos Castelo-Branco.
As várias as grafias utilizadas não correspondem necessariamente à distinção entre diferentes ramos de um tronco, comum ou não.
Armas - De azul um leão de ouro, armado e lampassado de vermelho.
Timbre: o leão do escudo.
- Família Castro
- Família Castro ( Penha Verde )
História - É uma das famílias das mais nobres linhagens da Península e talvez das que melhor se encontram documentadas desde a mais remota antiguidade.
Tem o apelido origem no senhorio de Castro Xerez que o conde D. Álvaro Fernandes da Maia recebeu por herança de seu bisavô e do qual veio a ser herdeira sua filha D. Maria Álvares, mulher de D. Fernando, filho bastardo de Sancho I, rei de Aragão, chamado o "infante de Navarra". Deste casamento nasceram vários filhos que usaram o apelido de Castro mas apenas continuou na descendência de D. Rodrigo Fernandes de Castro, o Calvo.
Por diversas vezes se uniu por casamento com princesas e infantas de várias famílias reais hispânicas e o seu poder socio-politico e militar chegou a ombrear com o dessas famílias.
Em especial a partir do séc. XIV, vieram estabelecer-se em Portugal membros da família dos Castros, aqui erigindo grandes casas senhoriais.
Á família pertencia a célebre Inês de Castro que viria a casar com o rei D. Pedro I de Portugal.
Costumam os genealogistas dividir os Castros em dois principais ramos, designados normalmente por «de Treze» ou «de Seis», consoante a variação que se verifica nas arruelas das suas armas. E alguns heraldistas tentaram explicar essa variação dizendo que os Castros do ramo legítimo usaram as treze arruelas e que o ramo ilegítimo teriam diferenciado as suas armas, usando apenas seis.
Esta teoria porém, está longe de ser inteiramente de aceitar sem discussão. De referir, aliás, e sobre os timbres a que se faz referência, que sendo eles de criação tardia, não devem ter nada que ver com eventos anteriores ao séc.XVI.
Armas - De ouro, treze arruelas de azul, postas três, três, e três, e uma.
Timbre: um leão sainte de ouro, armado e lampassado de azul
Ou: de prata, seis arruelas de azul, postas em duas palas, além de carregarem o leão do timbre com arruelas do escudo.
- Família Cerveira
História - Nome de raízes toponímicas, a ser correcta a hipótese de ele ter derivado do de Vila Nova de Cerveira, dizem os genealogistas que a família que o adoptou por apelido constitui um ramo da linhagem dos Velhos, originada que terá sido em João Nunes de Cerveira, filho de D. Nunes Soares, o Velho, havido em sua segunda mulher, D. Gontrode Fernandes, o que nos faz remontar ao séc.XII.
Armas - De prata, duas cervas de púrpura, passantes e sotopostas; bordadura de prata, carregada de doze escudetes de azul, cada um dos quais carregado de cinco bezantes do campo, postos em aspa.
Timbre: uma cerva do escudo.
- Família Coelho
História - Rodeia as origens desta família toda uma série de lendas que a credulidade de inúmeros genealogistas e a passagem dos séculos tonaram difíceis de desfazer.
A verdade, porém, é que elas nasceram da fértil imaginação de João Soares Coelho, trovador e vassalo de D. Afonso III, tendo por base o desejo de aquele algo modesto fidalgo se engrandecer, a si e à sua ascendência, através da adaptação a um antepassado de uma fábula que, originariamente, lhe era estranha.
João Coelho era, com efeito, descendente por via bastardia de um dos filhos bastardos de D. Egas Moniz «de Riba-Douro», e terá decidido transformar-se e aos seus representantes daquela linhagem, apesar de não terem herdado nem sequer um dos seus únicos bens patrimoniais.
Para tanto, chegou a maquilhar o momento funerário de D. Egas Moniz, para o decorar com cenas da aventura que lhe atribuíra. Heraldicamente, no entanto, aquele trovador deixou marcada a sua diferença em relação aos verdadeiros ramos da descendência legitima de D. Egas Moniz.
Os Coelhos descendentes de Duarte Coelho, e que tendo sido capitães de Pernambuco, originaram os Albuquerques Coelho do Brasil usam armas diferentes, que àquele foram concedidas por carta de 6 de Julho de 1545.
A Nicolau Coelho, piloto e navegador que comandou a caravela Bérrio da frota que sob o comando de Vasco da Gama fez a descoberta do caminho marítimo para Índia, foram também concedidas armas novas.
Armas - De ouro, um leão de púrpura, armado e lampassado de vermelho, carregado de três faixas xadrezadas de azul e ouro; bordadura de azul, carregada de cinco coelhos de prata, malhados de negro.
De Duarte Coelho: de ouro, um leopardo passante de púrpura acompanhado à dextra de uma cruzeta de negro, sustida de um monte de verde em ponta; chefe de prata, carregado de cinco estrelas de seis raios de vermelho, postas em faixa; bordadura de azul, carregada de cinco castelos cobertos de prata, aberta e lavrados de negro.
Timbre: o leopardo do escudo.
De Nicolau Coelho: de vermelho, um leão de ouro armado, e lampassado de azul, sendo cada padrão rematado por um escudete de azul, carregado de cinco bezantes de prata postos em aspa.
Timbre: o leão do escudo.
- Família Côrte-Real - Corte-Real
História - Provém estas família da dos Costas, dado que os primeiros Corte Real eram filhos de Vasco Anes da Costa, cavaleiro honrado de Tavira e contemporâneo do rei D. João I.
Foram seus filhos Vasco Anes Corte Real, Gil Vaz da Costa e Afonso Vaz da Costa, sendo o nome usado pelo primeiro transmitido à sua descendência e à do seu irmão Gil Vaz, sem que lhe conheça a razão de ser.
De salientar que entre estes primeiros Corte Real, se destacaram os navegadores, dois dos quais se perderam no Mar Tenebroso.
As armas usadas por este ramo dos Costas são as que D. Afonso V concedeu a Vasco Anes, com o acrescentamento honroso de um chefe de S. Jorge.
Armas – De vermelho, seis costas de prata saintes dos flancos do escudo e em duas palas, chefe de prata, uma cruz de vermelho.
Armas – De vermelho, seis costas de prata saintes dos flancos do escudo e em duas palas, chefe de prata, uma cruz de vermelho.
Timbre - um braço armado de prata e guarnecido de ouro, com uma lança em riste de prata, hasteada de ouro, com uma flãmbula bifurcada de prata e carregada com a cruz do chefe do escudo.
- Família Costa
História – Este apelido identificou uma família da nobreza medieval portuguesa que poderá derivar de um protonotário apostólico que viveu no nosso país em princípios do séc. XIII, de origem grega e denominado Nicolau Kosta.
Outros autores o dizem de mais remotas origens e o dão por usado no tempo de D. Afonso Henriques, afirmando alguns que deriva da designação da Quinta da Costa, na comarca de Guimarães.
A mais antiga linha de Costas que se encontra devidamente documentada é a da varonia de Martim Gil Pestana, escudeiro nobre que viveu em Évora na segunda metade do séc. XIV e que se estende até finais do séc. XVIII.
Assim sendo, a chefia destes Costas, se não a de todos eles, veio a cair na Casa dos Silveiras, Condes da Sortelha.
O ramo dos Costas ditos senhores de Pancas, derivado colateralmente do célebre cardeal D. Jorge da Costa, dos Costas de Alpedrinha, partiu aquelas armas com o «corpo» da empresa daquele purpurado.
De mencionar que, na opinião fundamentada de certos heraldistas, as costas destas armas não são a representação de ossos mas sim de um tipo de facas de sapateiro de lâmina curva e sem ponta, precisamente designadas de «costas».
Armas – De vermelho, seis costas de prata postas em três faixas e dispostas em duas palas, firmadas nos flancos do escudo.
Timbre: duas costas de prata passadas em aspa e atadas de vermelho.
Costas de Alpedrinha: de azul uma roda de Santa Catarina de ouro, armada de prata.
Timbre: o dos Costas.
- Família Coutinho
Históia - Constituíram os que primeiro adoptaram este apelido um ramo da linhagem dos «de Riba-Douro», sendo aquele nome simultaneamente de raízes toponímicas e derivado de alcunha, visto haver sido extraído do Couto de Leomil, de que foram senhores os seus chefes.
Foram os Coutinhos uma das grandes linhagens que deram o apoio das suas hostes à causa do Mestre de Aviz, vendo-se guindados ao topo da pirâmide social nobiliárquica do séc. XV ao atingirem a grandeza de reino com os condados de Marialva e de Loulé, bem como com a graduação hereditária de marechais de Portugal.
Trata-se de um ramo dos Fonsecas, tendo Urraca Rodrigues (neta paterna de Mem Gonçalves da Fonseca) casado com Estevão Martins, de Leomil e este casal sido pais de Fernão Martins da Fonseca, senhor do couto de Leomil, o Coutinho, de onde retirou o apelido a sua descendência.
Armas - De ouro, cinco estrelas de vermelho, armado e lampassado de ouro, carregado com uma estrela de cinco raios do mesmo sobre a espádua e segurando uma capela de flores de suas cores na garra direita.
- Família Cunha
História - Nome ao que parece de raízes toponímicas, por se dizer ter sido tirado da Quinta de Cunha-a-Velha, individualizou uma muito nobre e antiga família portuguesa, que já nos aparece documentada no séc. XIII.
Os Cunhas que tiveram o senhorio de Tábua - e que se haviam entroncado com os Albergarias - usaram outras armas que são uma mistura das armas dos Cunhas com as dos Albergaria.
A chefia desta família encontra-se na Casa dos Condes da Cunha.
Armas - De ouro, nove cunhas de azul, postas três, três e três.
Timbre - grifo sainte de ouro.
Dos Cunhas, senhores de Tábua: escudo esquartelado, sendo os primeiro e quarto de ouro, nove cunhas de azul postas três, três e três, e os segundos e terceiro de prata, uma cruz florenciada e vazia de vermelho; bordadura de prata, carregada de nove escudetes de azul, cada qual carregado de cinco bezantes do campo postos em aspa.
- Família Eça
História - Tem este nome raízes toponímicas, visto derivar da terra de Eça, na Navarra e foi adoptado como apelido pelos descendentes do Infante D. João, filho primogénito do casamento do rei D. Pedro I de Portugal com D. Inês de Castro.
Aquele casamento, declarado solene e publicamente pelo referido monarca e testemunhado por fidalgos e clérigos - entre os quais um bispo (!)- é indiscutível nos seus efeitos legais, pelo que o Infante D. João possuía melhores direitos ao trono de Portugal do que seu irmão o Mestre de Avis e até quem sabe, do que sua sobrinha, a filha única de D. Fernando.
Levado, porém ao assassínio de sua mulher, D. Maria Teles de Meneses, irmã da Rainha D. Leonor, pelas intrigas desta última, o infante D. João viu-se obrigado a exilar-se em Castela e, posteriormente, a pegar em armas contra D. Fernando I. Preso pelo rei D. João I de Castela após a morte do rei português, por serem muito de temer os apoios que ele poderia vir a ter se manifestasse pretensões à coroa de Portugal, na prisão viria a morrer, não sem antes ter dado origem a um ramo legitimo - pelo menos por algumas gerações - da Dinastia Afonsina.
A consciência política deste facto, aliás, traduziu-se nas armas que os membros desse ramo adoptaram, fielmente copiadas das que se mantinham então ainda pintadas no próprio pavez de D. Afonso I, que se conservava em Santa Cruz de Coimbra.
Numerosas foram as famílias deste apelido que passaram ao Brasil, em várias ocasiões, radicando-se também em diversas regiões. Não se pode considerar que todos os Eças existentes no Brasil, mesmo procedentes de Portugal, sejam parentes, porque são inúmeras as famílias que adoptaram o nome.
Na Baía, por exemplo, existe uma ilustre e antiga família que teve princípio em D. João de Eça, alcaide-mór de Soure, filho ilegítimo de D. Pedro de Eça, alcaide-mór de Moura e neto do mencionado D. Fernando de Eça, fundador desta família em Portugal.
Ainda entre os descendentes de D. Fernando d' Eça importa registar Ana Josefa de Mello d' Eça Faria, de quem descendem os Gama Lobo d' Eça, de Santa Catarina. Daquele D. João de Eça ficou também descendência ilegítima, entre a qual D. Violante de Eça * c.1533 + Salvador, Baía 1602, que foi uma das órfãs protegidas da rainha D. Catarina, enviadas, em 1553 ao governador do Brasil Tomé de Sousa, para as casar com as pessoas principais que houvesse na terra. Na Baía casou com o fidalgo galego João de Araújo e Sousa, filho de Lopo Rodrigues de Araújo, alcaide-mór de Sande, na Galiza, e de Brites de Sousa Magalhães. Deixaram deste casamento, pelo menos, seis filhos, entre os quais Inês de Eça, baptizada em 1555, matriarca de um dos ramos da família Espinha, Antónia de Eça, de quem descendem outros Espinha da Bahia, e Maria de Eça * 1566, que foi casada com Gaspar Lobo de Sousa.
Armas - De prata, um carbúnculo de púrpura, passado em orla, em cruz e em aspa, carregado de cinco escudetes colocados em cruz, os dois laterais deitados e apontados ao do centro, todos eles de azul e carregados de bezantes do campo, em número indeterminado.
Como timbre, viria a ser atribuído aos Eças o seguinte: águia de vermelho ou de azul, estendida, armada e membrada de ouro, carregada no peito de cinco bezantes de prata, postos em aspa.
De referir que a má interpretação ou ignorância dos heraldistas tem levado estes a confundirem o carbúnculo com um cordão de São Francisco.
- Família Faria
História - O uso deste sobrenome é bastante remoto, não se sabendo qual a sua raiz, possivelmente toponímica.
Na segunda metade do séc. XII vivia já um certo João de Faria que foi pai de D. Godinho, o prelado que sucedeu a D. João Peculiar na arquidiocese de Braga e que viria a ser beatificado.
De outros Farias medievais se tem notícia documentada, todos eles pertencentes à nobreza, se bem que nos não seja possível entroncá-los uns aos outros.
Assim, a um Lourenço Faria se faz menção em 1288, nas inquirições de D. Dinis, dizendo-o senhor da Quinta de Onega do Paço. E em 1360, no instrumento de comprovação do casamento de D. Pedro I com D. Inês de Castro, surge como uma das testemunhas um Garcia Martins de Faria, cavaleiro.
O mais famoso de todos eles não deverá ser esquecido: Nuno Gonçalves de Faria, o célebre alcaide-mor do castelo de Faria, que deu a vida para conservação deste em poder dos portugueses.
Armas - De vermelho, uma torre de prata, lavrada de negro, acompanhada de cinco flores-de-lis de prata, três em chefe e uma em cada flanco.
Timbre: a torre do escudo, encimada por uma das flores-de-lis.
- Família Ferreira
História - Família nobre, das mais antigas, cujos princípios não são bem conhecidos.
Parece ser de origem castelhana e o seu solar a vila de Ferreira, no Reino de Castela, hoje chamada Herrera de Rupisverga, na entrada da terra de Campos.
A pessoa mais antiga deste apelido mencionada pelos genealogistas‚ D. Álvaro Rodrigues Ferreira, rico-homem de Leão, que vivia por 1170, senhor de Meilas, hoje Mancilhe de la Serra, em Castela-a-Velha, o qual se diz ter sido meirinho de Leão.
Parece que, de sua mulher, teve D. Rodrigo Álvares Ferreira, que foi senhor do solar da vila de Ferreira e chefe da família dos Herreras, D. Fernando Álvares Ferreira e D. Teresa Álvares Ferreira, mulher de D. Sancho Nunes de Barbosa.
D. Fernando Álvares Ferreira, supra citado, viveu em Portugal no Paço de Ferreira, situado na freguesia de S. João de Eiris, concelho de Aguiar de Sousa, e serviu o Rei D. Sancho I, de quem foi rico-homem, e dele recebeu em mercê muitos herdamentos no referido concelho.
Do seu matrimónio nasceram filhos, dos quais provêm os Ferreiras, de Portugal.
Armas - De vermelho, quatro faixas de ouro.
Timbre: uma avestruz de sua cor, com uma ferradura de ouro no bico.
Alguns Ferreiras usam as armas dos Herreras espanhóis o que não está correcto em termos heráldicos.
- Família Gama
História - Já na Idade Média há notícia de membros desta linhagem, verosimilmente pertencentes à pequena nobreza dos cavaleiros e escudeiros nobres.
O mais ilustre dos ramos a que terá dado origem foi, sem dúvida, o primogénito, dado que dele nasceu Vasco da Gama, o descobridor do caminho marítimo para a Índia e que por esse feito foi criado Dom e conde da Vidigueira, tendo ainda acrescentamento nas suas armas.
De acordo com Cristovão Alão de Morais, a família era originária de Olivença e daí vários membros deste apelido terão passado a Elvas.
Armas - Xadrezado de ouro e vermelho, de três peças em faixa e cinco em pala, as de vermelho carregadas de dois filetes de prata postos em faixa. Timbre: uma gama passante de ouro, carregada com três palas de vermelho.
A Vasco da Gama, 1º conde da Vidigueira, foram acrescentadas as armas como se segue: escudo igual ao que se acabou de descrever, tendo um escudete de prata com cinco escudetes de azul postos em cruz e cada um carregado de cinco besantes de ouro em aspa, brocante ao centro, sobre a segunda tira e parte da terceira.
Timbre: meio naire de braços nus, vestido e toucado de branco, tendo na mão direita o escudo das armas e na esquerda um ramo de canela de verde, florido de ouro.
A chefia deste ramo dos Gamas ficou, como é óbvio, na Casa dos Condes da Vidigueira e Marqueses de Nisa.
- Família Gois - Goes – Góis - Góios
História - Trata-se de um nome de raízes toponímicas, tirado que foi a designação da vila e terra de Goes, sendo a forma Goes a que tem mais tradição de uso.
Constituíndo das raras linhagens que se podem traçar desde os seus inícios, provém ela de D. Anião Transtamires ou Trastares, a quem a Rainha D. Teresa fez doação da terra de Goes e seu termo no ano de 1105.
A adopção deste nome como apelido é que foi bastante mais tardia, se bem que efectuada pela linha de descendência varonil e primogénita do referido D. Anião.
Vasco Pires Farinha, nome extraído do senhorio da terra de Farinha-Podre – foi sétimo senhor de Goes e instituiu morgado com todos os seus bens, a ele vinculando também as terras daquele seu senhorio, visto que pelos termos da respectiva doação, também elas se podiam considerar bens livres e alodiais, para o que o obteve carta de confirmação do rei em 1281.
A chefia desta família prosseguiu, portanto, na linha dos fruidores deste vínculo, vindo a recair na Casa dos Silveiras, condes de Sortelha.
Ao cronista e grande humanista Damião de Goes – cuja ascendência se não consegue entroncar na linhagem dos Goes – concedeu o imperador Carlos V armas diferenciadas daquelas, reconhecidas em Portugal, por carta de 15 de Agosto de 1567.
As armas que a seguir se descrevem eram as do ramo primogénito dos Lemos, que haviam possuído a vila e morgado de Goes, pelo casamento de Gomes Martins de Lemos, senhor de Oliveira do Conde, com a herdeira daqueles bens, Mécia Vasques de Goes, que era filha primogénita do 11º senhor de Goes.
Armas – De azul, seis cadernas de crescentes de prata, em duas palas.
Timbre: um dragão sainte de verde, armado e lampassado de vermelho, e carregado de um crescente de prata no peito.
- Família Gouveia
História - Nome de raízes toponímicas, foi fundador da família deste apelido Fernão Nunes de Gouveia, que assim se chamou por seu pai ter a alcaidaria-mor desta vila.
Fernão Nunes e seu pai, Nuno Fernandes de Bobadela, serviram a causa de D. João I e tiveram, por tal motivo, várias mercês deste soberano.
Entre elas se contará o casamento que este monarca fez a Fernão Nunes com D. Brites de Melo, filha de Rui Vaz de Melo, senhor de Gouveia, e de sua mulher, D. Aldonça de Castro.
Deste casal houve geração que continuou o apelido de Gouveia, e dentre ela serão de destacar os famosos «Gouveias Humanistas», que deram lustre internacional à cultura portuguesa quinhentista.
As armas dos Gouveias comemoram o casamento daquele Fernão Nunes.
Armas - Um escudo partido, sendo o primeiro de vermelho, uma cruz de dois tramos -ou doblecruz- de ouro, acompanhada seis besantes de prata; bordadura também de ouro (Melos), e o segundo de prata, seis arruelas de azul (Castros ditos «de seis arruelas»)
Timbre: uma águia estendida de vermelho, semeada de besantes de prata.
- Família Henriques
História - Tratando-se de um patronímico (filhos de Henrique), pelo que muitas terão sido as famílias que o adoptaram por apelido sem estarem ligadas por laços de consanguinidade.
Há todavia uma família de Henriques que pelas suas origens, se destaca de todas as outras. É a que vem de D. Fernando Henriquez, filho bastardo de Henrique II, rei de Castela, havido em Dona Sancha Iñiguez de Cárcamo e nascido em 1365.
Do seu casamento com D. Leonor Sarmiento teve a outro D. Fernando Henriques, que veio para Portugal e aqui foi tratado como parente pelos reis D. João I e D. Duarte, dando-lhe este último o senhorio das Alcáçovas e do reguengo do mesmo nome, com geração que prosseguiu o uso deste patronímico.
A chefia desta família está na Casa dos Condes das Alcáçovas (Henriques de Lancastre).
De outro filho natural de Henrique II, rei de Castela, descende o ramo dos Henriquez ditos de Sevilha, com ramificações em Portugal e na Madeira.
Na Madeira, um outro ramo de Henriques parece descender de um enigmático cavaleiro polaco Henrique Alemão (supostamente o rei Ladislau Jagiello III da Polónia, desaparecido na batalha de Varna), de cuja única filha Bárbara Henriques, a descendência usou o apelido.
Leopold Kielanowski, historiador polaco, escreveu um livro em que aventa a hipótese de Henrique Alemão ser o próprio rei o desaparecido, versão polaca do nosso rei D.Sebastião polaco.
O livro, intitulado "A Odisseia de Ladislau o Varnense", editado na Madeira, apresenta este lendário cavaleiro como uma figura de mistério que tem feito e continuará a fazer correr muita tinta.
Seja ele quem for, o certo é que está também na origem do apelido Henriques.
No nobiliário dos França Dória está patente a origem da família Gomes Henriques, que provem de Manuel Afonso, filho do cavaleiro Pedro Fernandes, o grande e de Isabel Afonso, esta filha de outra Isabel Afonso, por seu turno filha de Barbara Henriques, esta a única filha sobrevivente do cavaleiro Henrique Alemão e de Guiomar Gomes Henriques, filha de D. Pedro de Noronha Henriques e de D. Joana Gomes do Galdo.
Os Gomes Henriques representam assim dois troncos de Henriques da Madeira: os Henriques Alemães e os Henriques de Noronha.
Outra família de Henriques, que nada tem a ver com aqueles, provém de um marinheiro de origem dinamarquesa e chamado Eriksen, que se estabeleceu no nosso país em princípios do séc. XVII, traduzindo aquele seu nome para Henriques e transmitindo-o à descendência.
Uma outra família Henriques, embora com menor peso histórico e político, é a dos Henriques do Bombarral, da qual descendem os Gorjão Henriques (Gorjão Henriques da Cunha Coimbra Botado e Serra).
O primeiro deste ramo, Luis Henriques, foi monteiro-mor de D. João I e um dos 20 a cavalo que esteve com o Mestre de Avis no cerco de Lisboa, como vem documentado nas crónicas da época e na sua lápide tumular. Eram morgados no Bombarral e a sua casa foi doada a Luís Henriques em 1422 por D. João I, que lhe atribuíu todos os bens de Pedro Esteves, que se havia passado para Castela na crise dinástica, ainda que tenha casado com uma filha deste, D. Inês Martins.
É hoje o edíficio da Câmara Municipal do Bombarral (vd. Arquivo Nac. Torre do Tombo, Chancelaria de D. João I, livro 1, p. 17)
Armas - Dos senhores das Alcáçovas: de vermelho, um castelo de ouro, aberto, iluminado e lavrado de azul (Castela), mantelado de prata, dois leões de púrpura, armados e lampassados de azul, o da direita volvido (Leão).
Timbre: o castelo do escudo, rematado por um leão sainte de púrpura.
Dos Eriksen-Henriques, talvez assumidas e parece que jamais registadas em Portugal: de azul, uma âncora de ouro, não se lhes conhecendo timbre.
- Família Lemos
História - À família portuguesa deste nome usam os genealogistas dar a maior antiguidade e nobreza, fazendo-a originária em D. Bermudo Ordoñez, senhor de Lemos, localizado no séc. III (?).
No entanto, o estudo sério de documentos indiscutíveis relega para o campo das fantasias aquela teoria genealógica.
Com efeito, o mais antigo membro da família portuguesa dos Lemos que é possível identificar com exactidão é Giraldo Martins de Lemos, escudeiro, que casou em meados do séc. XIV com Beringeira Anes, filha de João Esteves, riquíssimo comerciante de Lisboa e industrial de sapatos, que com sua mulher, Constança Anes, instituíu para aquela sua filha um grande morgado em Calhariz de Benfica no termo de Lisboa.
Daquele casamento nasceu Gomes Martins de Lemos, que foi fiel partidário da causa do Mestre de Avis, a quem serviu durante toda a guerra com Castela. A sua constância não foi esquecida por D. João I, que o fez cavaleiro e aio de seu filho natural D. Afonso, depois primeiro Duque de Bragança, dando-lhe mais o senhorio de Oliveira do Conde e promovendo o seu casamento com D. Mécia Vasques de Goes, herdeira do morgado e senhorio de Goes, com geração.
A descendência de Gomes Martins de Lemos viria a dividir-se em dois ramos, caindo cedo o primogénito em senhora, e conservando o secundogénito a varonia por algumas gerações mais.
A chefia do primeiro, que o era também das famílias dos Goes e dos Lemos, viria a pertencer à Casa dos Silveiras, Condes da Sortelha, enquanto a da segunda seria conservada pela Casa chamada dos Lemos da Trofa, por ter tido o senhorio desta vila.
Armas - De azul, seis cadernas de crescente de prata, dispostas em duas palas.
Timbre: um dragão de verde, sainte, armado e lampassado de vermelho, carregado de um crescente de prata no peito.
As que foram conservadas pelo ramo secundogénito, diferenciadas nos esmaltes e números de peças são: de vermelho, cinco cadernas de crescentes de ouro, postas em aspa.
Timbre: uma águia de vermelho, armada de ouro, carregada de uma caderna de crescentes do mesmo no peito e assente num ninho de sua cor.
- Família Lima
História - Nome de raízes toponímicas, seja ele derivado da designação da terra de Limia, na Galiza, ou como alguns pretendem em relação aos Limas portugueses, da de Ponte de Lima.
Dizem os genealogistas que esta linhagem procede de D. Juan Fernandez de Lima, o Bom, natural de Limia, na Galiza.
Já em finais do séc.XIII, a Portugal passou outro Juan Fernandez de Lima, o Batissela, que casou com uma filha de D. João do Portel, mas sem geração.
Durante a segunda metade do séc. XIV, no reinado de D. Fernando I, passou a Portugal Fernando Anes de Lima, partidário daquele soberano na sua guerra contra Henrique de Transtâmara que teve, como dois filhos que o haviam acompanhado, diversas mercês do rei português.
O rei D. João I foi também servido por eles, assim se consolidando a posição deste ramo de Limas, que veio a ter o senhorio de Ponte de Lima e em cuja linha de primogenitura viria a ser criado no séc. XV o primeiro viscondado português - de Vila Nova de Cerveira - Casa que manteria a chefia deste nome, passada depois à dos Marqueses de Castelo Melhor.
Armas - Escudo terciado em pala, sendo o primeiro de ouro, quatro palas de vermelho, e o segundo cortado: o primeiro de prata, um leão de púrpura, armado e lampassado de vermelho (Silvas); o segundo de prata, três faixas xadrezadas de vermelho e ouro de três tiras (Sotomaior); e o terceiro cortado de Sotomaior e Silva.
Timbre: o leão do escudo.
- Família Lobato
História - Este nome, tanto pode tratar-se de um patronímico como pode derivar de alcunha, sendo «lobato» um pequeno lobo.
De qualquer forma, passou a existir uma família que adoptou esse termo como apelido, talvez também tirado do nome próprio que se sabe ter igualmente existido sob tal forma.
Sabe-se que na primeira metade do séc. XIII veio para Portugal um fidalgo castelhano, que fugia às consequências do crime que praticara na sua pátria, de ter queimado um convento em Melon, num couto de que era senhor D. Vasco Lobato. Casando-se com D. Maria Saraça, teve filhos que continuaram o seu apelido.
Armas - De vermelho, três castelos de prata; bordadura de ouro, carregada de oito lobos passantes de negro.
Timbre: um castelo do escudo, rematado por um lobo de negro, sainte.
- Família Lobo
História - Pode ser este um nome próprio, o respectivo patronímico, uma alcunha ou ainda ter raízes toponímicas.
Uns Lobos há, contudo, que formam um ramo da descendência dos senhores e soberanos da Biscaia.
Um primo da rainha D. Mécia Lopes de Haro, mulher de D. Sancho II, D. Pedro Pais Lobo, tendo-a acompanhado ao nosso país, aqui poude vir a ter uma boa casa graças à generosidade daquele soberano, cá casando e tendo descendência que lhe continuou o nome.
Armas - De prata, cinco lobos de negro, armados e lampassados de vermelho, postos em aspa.
Timbre: um dos lobos do escudo.
- Família Malafaia- Malafaya
História - Nome de raízes toponímicas, foi tirado do da honra desta designação. Gonçalo Pires, contemporâneo de D. Afonso IV, foi senhor de tal honra, e transmitiu o seu nome, transformado já em apelido aos descendentes.
Armas - De vermelho, uma torre de prata lavrada de negro, rematada por um corvo de sua cor.
Timbre: as peças do escudo.
- Família Manoel
História - Deriva esta família de D. Fernando II, o Santo, Rei de Castela, e da Rainha sua mulher D. Brites, de quem foi filho o Infante D. Manoel, que dos seus dois casamentos, com a Infanta D. Constança de Aragão e com a princesa D. Brites, filha de Amadeu IV, Duque de Sabóia, teve larga descendência que adoptou por apelido o nome daquele infante. Além de outras famílias que no nosso país usaram aquele nome derivado de patronímico e que, portanto, nada têm a ver com os Manoéis referidos, deste se deixaram em Portugal dois ramos, o primeiro dos quais indiscutível e o segundo sobre o qual A. B. Freire lançou dúvidas, aliás pouco consistentes.
Provém o primeiro de D. Henrique Manoel, filho ilegítimo de D. João Manoel, Príncipe de Vilhena e primogénito do Infante D. Manoel, que veio para o nosso país na companhia de sua meia-irmã, a Infanta D. Constança Manoel, que se desposou com o nosso Infante D. Pedro, depois Rei D. Pedro I. D. Henrique veio a ser em Portugal Conde de Sintra e de Seia, senhor de Cascais e de outras terras, casando com D. Brites de Sousa, com geração de que descendem os Manoel de Vilhena, dos quais um regressou a Castela, permanecendo o outro em Portugal.
Descende o segundo de D. João, bispo de Ceuta e mais tarde da Guarda, que se diz ser filho bastardo do Rei D. Duarte, havido na extrema juventude deste soberano numa dama Manoel de Vilhena. Aquele prelado teve, dos seus amores com Justa Rodrigues, que depois viria a fundar o Mosteiro de Jesus em Setúbal, dois filhos, Nuno e João, legitimados pelo rei D. João II, que usaram o apelido Manoel com o tratamento de Dom. A representação de D. Nuno Manoel está nos dias de hoje na Casa dos condes da Atalaia e marqueses de Tancos.
Armas - As armas originais dos Manoeis eram: escudo esquartelado, o primeiro e o segundo de vermelho, uma asa aberta de ouro terminada numa mão de carnação a segurar uma espada de prata, guarnecida de ouro. O segundo e o terceiro de prata, um leão de púrpura, armado e lampassado de azul.
Timbre: a mão e a asa do escudo.
Os Manoel de Vilhena usam: Esquartelado denticulado de ouro e vermelho. Não se lhes conhece timbre.
- Família Mascarenhas
História - Sendo esta mais uma família a que os genealogistas costumam dar nobilíssimas e remotas origens, datando estas logo dos primórdios da Nacionalidade, a realidade dos factos é bastante diversa.
Trata-se de um nome com raízes toponímicas, que terá sido extraído do lugar de Mascarenhas, na comarca de Mirandela e o primeiro indivíduo que nos surge documentado a usá-lo, Martim Vaz de Mascarenhas, era cidadão de Évora e homem nobre, a quem D. Fernando I coutou a herdade da Capitoa, no termo daquela cidade.
De entre os seus filhos destacou-se Fernão Martim de Mascarenhas, fidalgo da casa do Infante D. João, filho de D. João I e comendador-mor da Ordem de Santiago no tempo de D. Afonso V, que teve descendência do seu casamento com uma D. Filipa.
Dos dois ramos principais dos Mascarenhas, parece que a chefia do primogénito esteve na Casa dos Condes da Torre e Marqueses de Fronteira, encontrando-se a do secundogénito na dos Marqueses de Gouveia e, hoje, na dos Marqueses de Lavradio.
Armas - De vermelho, três faixas de ouro.
Timbre: um leão de vermelho, armado e lampassado de ouro.
- Família Meira
História - Nome de raízes toponímicas, foi tirado da vila de Meira, na diocese de Tui, na Galiza. Fazem-na derivar de Rodrigo Afonso da Meira, marido de D. Ourana Correia, filha de Paio Soares Gravel, com geração que deu continuidade a este apelido.
Na actualidade, são conhecidas pelo menos três famílias deste apelido a residir em Viana do Castelo sem que estajam estabelecidas relações de parentesco entre si.
Armas - De vermelho, uma cruz de ouro florenciada e vazia.
História - Deriva este nome de uma alcunha e a família que o adoptou por apelido é da mais remota e nobre ascendência.
Deriva ela, com efeito, de D. Soeiro Reimondes, o Merlo - ou «melro» -, (contemporâneo dos reis D. Afonso III e D. Dinis) que era o chefe de linhagem dos «de Riba de Vizela» e, por esta via, da dos «da Maia».
Vindo para o Sul, fundou na Beira a vila de Merlo, depois Melo, sendo dela senhor, bem como de Gouveia.
Do seu casamento com D. Urraca Viegas, filha de D. Egas Gomes Barroso e de sua mulher D. Urraca Vasques de Ambia, teve descendência na qual se fixaria o nome Melo.
Mantem-se, na actualidade, o uso por parte de várias famílias, da grafia Mello. Na impossibilidade de saber com exactidão quem assim assina ou está registado e também por uma questão de uniformidade de critérios, adoptamos aqui a grafia moderna, i.e., Melo.
Armas - As armas dos Melos derivam das dos «de Riba de Vizela» e são: de vermelho, uma cruz dupla ou dobre cruz de ouro, acompanhada de seis besantes de prata; bordadura de ouro.
Timbre: uma águia estendida de negro, besantada de prata.
- Família Mendonça
História - É esta família um dos mais ilustres ramos da linhagem dos senhores e soberanos de Biscaia. Usa-se indiferentemente nas duas grafias Mendonça e Mendoça, sendo porém a mais correcta a segunda, por corresponder à designação da vila de Mendoça (Mendoza), cujo senhorio deu origem ao apelido.
Ao longo dos séculos e das gerações, passaram a Portugal diversos ramos desta linhagem que no nosso país vieram a ter grandes casas.
Assim, Fernão Furtado de Mendoça passou ao nosso país na comitiva da Rainha D. Brites, segunda mulher de D. Afonso III, e aqui veio a casar na linhagem dos «de Resende», com ilustre descendência.
Já em devido lugar se fez menção aos Furtado de Mendoça Arrais, e outros Mendonças ainda se acolheram ao nosso país.
A chefia dos Mendoça portugueses parece estar na Casa dos condes de Vale de Reis, duques e marqueses de Loulé.
Armas - Escudo franchado, sendo os primeiro e terceiro de verde, uma banda de vermelho, perfilada de ouro, e os restantes de ouro, um S de negro, o da dextra volvido.
Timbre: uma asa de ouro, carregada com um S de negro.
Os Mendonças Furtados ou Furtados de Mendonça usam armas praticamente idênticas, só que com os dois S na posição graficamente correcta, e acrescentada à asa do timbre uma garra de ouro.
- Família Meneses - Menezes
História - Nome de raízes toponímicas, tirado da terra desta designação, perto de Cuenca, veio a ilustrar uma das mais nobres linhagens da Península, da qual se poderia dizer com verdade que vinha de reis e os reis dela vinham.
Será de referir, a este propósito, que a linha primogénita dos Meneses veio a ser representada pela família real de Castela, por via do casamento da filha herdeira de D. Afonso Teles de Meneses com o Infante D. Afonso de Molina, irmão de D. Fernando, Rei de Castela, cuja neta e herdeira foi a célebre Rainha de Castela D. Maria de Molina, bisavó de Pedro, o Cruel, Rei de Castela.
A linha secundogénita dos Meneses possuíu o senhorio da vila de Albuquerque e D. João Afonso Teles de Meneses, que ali mandou construir um castelo, trocou o seu nome pelo de Albuquerque, assim dando origem a nova e nobilíssima linhagem.
D. Martim Afonso Telo, que era sobrinho paterno daquele D. João Afonso, teve descendência em Portugal, de entre a qual se destaca o primeiro Conde de Neiva e aquela que, casando com o Rei D. Fernando I, viria a ser a Rainha D. Leonor Teles.
De notar que nesta família muito cedo o patronímico Teles viria a preservar-se, passando a fazer parte integrante do nome, como se fosse novo apelido.
A representação ou chefia deste ramo dos Meneses viria a recair na Casa dos Condes de Cantanhede, depois na dos Marqueses de Marialva e, por fim, na dos Duques de Lafões.
Em D. Martim Afonso Teles de Meneses, outro sobrinho de D. João Afonso Telo de Albuquerque, se viria a originar a Casa dos Meneses que teve os Condados de Viana e de Vila Real, além de Duques de Caminha, uma das mais poderosas que existiu no nosso país entre finais do século XIV e meados do XVII, hoje representada pela Casa dos Condes de Povolide.
E é de salientar que, embora tivesse tido origem em Espanha, a linhagem dos Meneses aí se extinguiu por completo - apenas voltando a existir através de um ramo que de Portugal regressou a Espanha no século XVII - tendo, no entanto, atingindo o topo máximo da pirâmide nobiliárquica portuguesa.
O mesmo apelido é usado por outras famílias que nenhuma relação de parentesco têm com este tronco e tem origem geográfica muito mais recente, retirado do lugar de Menezes da freguesia de Salvador de Trogueda, no concelho de Vila Real de Trás-os-Montes.
Armas - As armas dos Meneses, esplêndidas na sua simplicidade primitiva, são de ouro pleno, carregado com um carbúnculo, cujos traços viriam a desaparecer no século XIV.
- Família Miranda
História - Provêm os deste nome, que tem raízes toponímicas por derivar da designação de uma das vilas e lugares que no nosso país assim se denominam e que são vários, dos filhos que nasceram dos amores de D. Martinho Afonso Pires da Charneca, arcebispo de Lisboa e, posteriormente, de Braga, com uma senhora a quem certos genealogistas chamam D. Mécia Gonçalves de Miranda.
Armas - Usam os deste nome as armas que já aquele prelado usava e que são: de ouro, uma aspa de vermelho, acompanhada de quatro flores-de-lis de verde.
Timbre: um plumão formado por cinco plumas de ouro, a do meio carregada com uma das flores-de-lis do escudo.
- Família Moniz ( de Lusignan ou Lusinhano )
História - Tratando-se do patronímico de Mónio ou Moninho, é natural que existam várias famílias a usá-lo como apelido sem nada terem em comum.
Contemporâneo de D. João I, viveu um Gil Aires Moniz, que ainda seria parente do Condestável D. Nuno Álvares Pereira, de quem foi companheiro e escrivão da puridade. Seu filho, parece que primogénito, Vasco Gil Moniz, foi companheiro do infante D. Pedro, duque de Coimbra e regente do Portugal na menoridade de D. Afonso V, e encontrou-se com ele na batalha de Alfarrobeira.
Acompanhou mais tarde à Borgonha o filho varão secundogénito do príncipe das Sete Partidas, D. João, seguindo com ele até de Chipre, quando o infante para ali viajou para casar com a filha herdeira do rei daquela ilha.
Em Chipre casou também Vasco Gil, aliás com uma parenta da noiva do seu amo, filha de Febo de Lusignan, senhor de Saida, no reino de Jerusalém, e filho bastardo de João II, Rei de Chipre.
Quando D. João morreu, ao que parece de peçonha, regressou Vasco Gil Moniz a Portugal com a mulher e os filhos, que usaram chamar-se Moniz de Lusignan ou Lusinhano.
A chefia deste ramo dos Monizes, que poderá ser o primogénito, como se referiu, está na casa dos Condes e Marqueses de São Payo.
Armas - De azul, cinco estrelas de sete pontas de ouro, postas em aspa.
Timbre: um leopardo de azul, com uma das estrelas do escudo na testa.
Quanto aos Monizes ditos de Lusignan, usam: escudo esquartelado, sendo os primeiro e quarto as armas acabadas de descrever para os Monizes, e os segundo e terceiro contra-esquartelados, sendo os primeiros de prata, uma cruz potenteia de ouro, acantonado de quatro cruzetas iguais do mesmo; os segundos faixados de prata e azul de seis peças, com um leão brocante de vermelho: os terceiros de vermelho, um leão de ouro, coroado do mesmo, armado e lampassado de prata; os quarto de prata, um leão de vermelho, soroado, armado e lampassado de ouro, escudete sobre o todo de ouro, um leão de negro.
Timbre: o acima mencionado para as armas simples dos Monizes.
- Família Mota - Motta
História - Antigamente grafado Motta, conforme o italiano Motta e o francês Motte, deriva do substantivo comum mota, que Meyer-Lübke faz derivar do provençal, que por sua vez vem do germânico motta, monte de terra.
A palavra significa aterro à borda dos rios, para proteger de alguma inundação as terras próximas. Em escocês, em irlandês e em baixo latim, mota, motta, era uma casa forte, rodeada de um fosso, paliçada, cuja terra, no momento da extração, serviu a elevação do terreno sobre a qual foi assentada a construção, o que tornava a escalada mais difícil ao escalante.
Pretendem alguns linhagistas que esta família provenha de um sobrinho do rei de França que, em Burgos, onde se fixou, era senhor de Mota.
De Fernão Mendes de Gundar, filho de Mem de Gundar, capitão do tempo do conde D. Henrique de Borgonha, pai do primeiro rei de Portugal descende Rui Gomes de Gundar, que adoptou o apelido Mota por viver na quinta da Mota, na freguesia de Santo Estevão de Vila-Chã, no tempo de D. Afonso II, rei de Portugal, e de sua mulher, D. Mor Afonso.
Segundo o marquês de Abrantes, o apelido tem raízes toponímicas e derivará da designação do lugar da Mota, no termo de Vilela, ou da quinta do mesmo nome, na freguesia de São Miguel de Fervença, comarca de Celorico de Basto, ou ainda de outros lugares, vilas e quintas da Mota que existem no nosso país.
Os oficiais de armas do século XV, ao determinarem as armas desta família estabeleceram confusão entre o seu nome e o da Mata, atribuindo aos Motas, as armas destes.
Armas - De verde, cinco flores-de-lis de ouro, postas em aspa.
Timbre: uma flor-de-lis do escudo, entre duas plumas de verde, picadas de ouro.
- Família Moura
História - Nome de raízes toponímicas, dizem alguns genealogistas que ele deriva do da vila do Alentejo, de que os fundadores da família que o adoptou por apelido o teriam tirado em comemoração do feito por eles praticado na sua conquista (!). Não é possível, contudo, remontar a genealogia desta família em bases documentais a épocas anteriores ao século XV.
Armas - De vermelho, sete castelos de ouro, postos um, dois, um, dois e um.
Timbre: um dos castelos do escudo.
- Família Nogueira
História - Trata-se de um nome com raízes toponímicas, provavelmente derivado da torre e freguesia de São João de Nogueira, na terra de Barroso. As origens da família que adoptou tal nome como apelido estão perfeitamente documentadas, pelo menos desde o século XIV.
Armas - De ouro, uma banda xadrezada de cinco tiras de verde e prata, a do meio coberta por um filete de vermelho.
Timbre: dois ramos de nogueira passados em aspa e frutados de sua cor.
- Família Noronha
História - Nome de raízes toponímicas, tirado da vila de tal designação, outorgada em condado por Henrique II, rei de Castela a seu filho bastardo D. Afonso, havido em D. Elvira Iñigues de la Vega.
D. Afonso, que foi conde de Noronha e de Gijon, casou com D. Isabel, filha natural do rei D. Fernando I de Portugal.
Os filhos deste casal passaram todos ao nosso país na primeira metade do século XV, aqui sendo providos de grandes casas e ricos senhorios, a começar no primogénito, D. Fernando, que D. João I casou com a filha herdeira do primeiro conde de Vila Real.
A chefia desta ilustrissima Casa está na dos Condes de Povolide.
Armas - Escudo esquartelado, sendo os primeiro e quarto de prata, cinco escudetes de azul postos em cruz, cada qual carregado de cinco besantes do campo, postos em aspa; bordadura de vermelho, carregada de sete castelos de ouro e um filete de negro em contrabanda; os segundo e terceiro um castelo de ouro, aberto, iluminado e lavrado de azul, mantelado de prata, dois leões afrontados de púrpura, armados e lampassados de vermelho; bordadura composta de ouro e veiros, de dezoito peças.
Timbre: um leão do escudo sainte.
- Família Pacheco
História - Dizem os genealogistas que o primeiro a usar este apelido e a transmiti-lo aos descendentes foi Fernão Rodrigues Pacheco, que, nas lutas entre D. Sancho II e seu irmão, o Conde D. Afonso de Bolonha, depois rei D. Afonso III, teve a alcaidaria de Celorico da Beira pelo primeiro, defendendo heroicamente o seu castelo. Do seu casamento com D. Constança Afonso de Cambra teve vários filhos, do qual o primogénito usou e transmitiu aos descendentes o nome de Pacheco.
Armas - de ouro, duas caldeiras de negro, uma sobre a outra, ambas carregadas de três faixas de veiros e de asas serpentíferas.
Timbre: duas cabeças de serpe afrontadas de ouro, batalhantes e com os pescoços enrolados.
A Duarte Pacheco Pereira, uma das mais valorosas personalidades da história da Índia Portuguesa e autor do Esmeraldo de Situ Orbis, foram concedidas armas novas por carta de 2 de Agosto de 1504, dadas pelo Rei de Cochim: de vermelho, cinco coroas de ouro, de oito florões, postas em aspa; bordadura de prata, aguada de azul, carregada de oito castelos de madeira, de verde, cada castelo armado sobre dois navios rasos, de sua cor. O escudo cercado de sete estandartes mouriscos, quatro à direita, de vermelho, prata, vermelho e azul, e três à esquerda, de prata, vermelho e azul.
Timbre: um castelo do escudo, rematado por um estandarte mourisco, de vermelho.
- Família Pereira
História - Nome de raízes toponímicas, foi tirado da quinta e couto desta designação, sendo a família que o adoptou por apelido derivada de uma linhagem de remotas e nobres origens.
O ramo primogénito dos Pereiras deu a Casa dos senhores e Condes da Feira, enquanto o secundogénito, com duas bastardias, deu o Condestável D. Nuno Álvares Pereira, pelo que o seu sangue veio a misturar-se com o de todas as famílias reais europeias.
Armas - De vermelho, uma cruz de prata, florenciada e vazia.
História - Nome de uma família de Génova, da qual passou ao nosso país no tempo do rei D. Dinis, Misser Manuel Pessagno ou Pezagno, que em Portugal veio exercer o cargo de almirante, recebendo daquele soberano uma grande Casa em dinheiro e propriedades.
Aqui casou e teve descendência que conservou o cargo e o nome, aportuguesado em Pessanha ou Passanha.
No Brasil, o apelido adoptou a grafia Peçanha.
Armas - De prata, uma banda dentelada de vermelho, carregada de três flores-de-lis do campo, postas no sentido da banda.
Timbre: uma asa de vermelho, carregada das três flores-de-lis do escudo, postas em banda.
- Famílias Pestana e Silveira
http://pt.wikipedia.org/wiki/Willem_van_der_Haegen |
História - Desta família da pequena nobreza do Alentejo, a mais antiga linha que se encontra devidamente documentada é a da varonia de Martim Gil Pestana, escudeiro nobre que viveu em Évora na segunda metade do séc. XIV e que se estende até finais do séc. XIII e usou o apelido Costa.
Defendem alguns genealogistas que este Martim Gil descenderia de Joã Anes Pestana, que vieu em Évora, e se tem por descendente de D. João pestana, fidalgo que esteve no cerco de Coimbra com D. Fernando o Magno, e ali foi armado cavaleiro juntamente com El Cid, Rui Dias de Bivar.
A chefia desta família caíu na Casa dos Silveiras, dos Condes de Sortelha.
A família Pestana parece não ter tido armas próprias, pois usou as dos Costas e, posteriormente, as dos Silveiras.
O Armoiral Lusitano apresenta, como armas dos pestanas, as dos Silveiras, com diferença no timbre: nos pestanas, seria um leopardo de prata, armado e lampassado de vermelho, enquanto os Silveiras usam um urso de prata, armado e lampassado de vermelho sainte de uma capela de silvas de sua côr.
Família Silveira - História - Nome de origens toponímicas, haverá mais do que uma família a tê-lo adoptado por apelido. Aquela que se encontra documentada desde épocas mais remotas deriva de Vasco Lourenço de Silveira, provavelmente filho de um Lourenço Gonçalves, que morreu antes de Dezembro de 1330, e foi senhor da quinta e paço da Silveira, no termo do Redondo. Esta família era da nobreza dos escudeiros nobres e a respectiva chefia recaiu na Casa dos Condes da Sortelha.
Outros Silveiras provêm do Dr. Afonso da Silveira, embaixador a Castela em 1423, estando a sua representação e chefia da família que fundou na Casa dos Barões e Marqueses de Alvito.
Outros, ainda, radicados nos Açores, descendem do flamengo Wilhelm van der Hagen que traduziu o nome de Hagen para "Vandaraga" e, depois, Silveira. É uma família que se estende por todas as ilhas dos Açores com excepção da Graciosa, onde os Silveiras aí estabelecidos constituem um ramo dos Silveira do continente.
Armas - De prata, três faixas de vermelho.
Timbre: um urso de prata, armado e lampassado de vermelho, sainte de uma capela de silvas de sua cor.
Os Silveiras descendentes de Willhelm Van der Hagegen http://pt.wikipedia.org/wiki/Willem_van_der_Haegen usam: partido, o primeiro de ouro com uma árvore de duas copas de verde, assente em um contra-chefe do mesmo; o segundo de negro, com um leão de prata, armado, lampassado e coroado de ouro.
- Família Pimentel
História - Nome que parece proveniente de alcunha, já que foi usado por um ramo da linhagem dos de Novais descendente de D. Vasco Martins, o Pimentel, fidalgo que viveu em meados do século XIII e era filho natural de Martim Fernandes de Novais.
Viveu em Riba de Vizela, no tempo dos reis D. Sancho II e D. Afonso III, com o qual se achou no cerco de Sevilha no ano de 1248.
Pode também ter origem geográfica com possivel origem em Itália, onde o nome existe.
O apelido passou também ao Brasil, nomeadamente com António de Barros Pimentel, natural de Viana, membro da casa do morgado de Semelhe, onde foi o patriarca da abastada família Barros Pimentel, proprietário de engenhos de açúcar, em Alagoas, Pernambuco e Sergipe.
Na Baía, destaca-se a importante família de poderosos proprietários de engenhos que teve princípio em Bernardo Pimentel de Almeida * Lisboa c.1550 + 1611, filho de Agostinho Caldeira, veador de D. António, prior de Crato. Foi casado três vezes. De seu primeiro matrimónio, descende a linha dita «cristã nova». Do segundo vêm os Garcia Pimentel e os Silva Pimentel. Do terceiro, com Maria de Menezes, filha de Duarte Moniz Barreto e de Helena de Melo de Vasconcelos, a descendência usou apenas Pimentel.
No Rio Grande do Sul, conhece-se a descendência de Leandro José Pimentel, casado em 1779, em Mostardas, com Maria Ferreira, «parda». Uma outra família descende de Manuel Alvares Pimentel + 1632, que deixou numerosa prole do seu casamento com Feliciana Parente, neta de Pedro Dias e da índia Terebé (Maria da Grã), patriarcas da família Dias, de São Paulo.
O apelido foi também adotado por judeus, como é o caso da descendência de Bernardo Pimentel de Almeida * c.1551+1611, que receberam o chamado «sangue cristão novo», por via de seu primeiro casamento, c.1576, com Catarina de Faria, filha de Sebastião de Faria e de Beatriz Antunes, de origem judaica, filha de Heitor Antunes, judeu com sinagoga em Matoim e de Ana Rodrigues, também de origem judaica.
Outro exemplo desta adopção pode ser constatado na família de Jacob Fundão, que esteve em Pernambuco por volta de 1648 e foi progenitor desta família Fundão. Casou em 1656, em Amsterdão, Holanda, com Ribcah de Jehudah Senior y Pimentel.
Armas - Escudo esquartelado, sendo os primeiro e quarto de ouro, três faixas de vermelho, e os segundo e terceiro de verde, cinco vieiras de prata em aspa; bordadura de prata, carregada de oito cruzes páteas de vermelho. Timbre: um touro sainte de vermelho, armado e calçado de ouro, carregado com uma vieira do escudo na testa.
Outros Pimentéis usam: de verde, cinco vieiras de prata postas em aspa; bordadura de prata, carregada de oito cruzes páteas de vermelho.
Timbre: um touro sainte de vermelho, armado e calçado de ouro, carregado com uma das vieiras do escudo na testa.
- Família Pinto
História - Tratando-se de outro nome derivado de alcunha, e, ainda por cima, de alcunha assaz vulgarizada nos primeiros séculos da nossa nacionalidade, são em grande número os Pintos que se nos deparam ao estudarmos as mais remotas gerações dos Livros Velhos de Linhagens.
Tal sobrenome só vem a fixar-se e, portanto, a tomar características de um apelido na linha de descendência de D. Egas Mendes, dos «de Gundar», casado com D. Maior Pais Pinto, filha de Paio Soares Pinto, que morou na Terra da Feira.
Deste casal nasceram dois filhos, Rui Viegas Pinto e Pedro Viegas Pinto, cuja descendência usou o apelido. Mas é do primeiro, que viveu nos reinados de D. Afonso Henriques e D. Sancho I, que descende Vasco Garcês Pinto de cujo casamento com D. Urraca Vasques provêm os desta linhagem.
Aliados com linhagens como as dos «de Sousa», «da Maia», «de Baião» e outras, os Pintos puderam manter uma situação social preponderante no decurso de inúmeras gerações.
Dizem alguns autores antigos, que o apelido foi motivado por um cavaleiro sair de uma batalha contra os mouros tão ensanguentado que o rei ao vê-lo, terá dito: "como vindes pinto".
Armas - De prata, cinco lunéis de vermelho, postos em aspa.
Timbre: um leopardo de prata, armado e lampassado de vermelho, carregado com um dos crescentes do escudo na espádua.
- Família Queiroz - Queirós
História - Inscrevem os genealogistas as origens desta família num quadro de quase inexcedível grandeza e antiguidade, fazendo-a derivar de um lendário príncipe Constantino, aliado do Papa Estêvão III contra Desidério, Rei da Lombardia, e vencedor deste. No entanto, os «de Queirós provêm dos antigos senhores da vila desta designação, nas Astúrias, que tiveram alguma preponderância social no século XIV. Terá sido no último quartel deste que passou a Portugal Fernando Álvares de Queirós, que seguiu o partido do Rei D. Fernando I, o Formoso, contra Henrique III de Castela, aqui se casando com D. Elvira de Castro, com geração que continuou este nome no nosso país.
A linhagem Quirós (que deu Queirós em Portugal) é das mais antigas das Astúrias referindo o genealogista e heraldista espanhol Francisco Sarandeses, na sua obra "Heraldica de los Apelidos Asturianos" que era tão antiga e de tanto realce que usava como moto "despues de Diós la Casa de Quirós" nas fachadas brazonadas dos seus solares asturianos.
A ligação genealógica com uma filha de D. Bernardo del Cárpio (ou D. Bernaldo) deve ser assumida como verdadeira, visto que tem vindo repetidamente a ser usado na família os apelidos de Bernaldo de Quirós.
Um dos principais ramos dos Quirós deu origem à família Cienfuegos, descendente segundo todos os genealogistas espanhóis de D. Garcia González, senhor de Quirós, que com cem homens de armas munidos de archotes, investiu contra um exército de cem mil mouros que se encontravam nas suas terras (Quirós, bispado de Oviedo). Os mouros pensando que era a vanguarda de um exército leonês retiraram apressadamente, despenhando-se pelas íngremes montanhas o grosso das suas forças. D. Garcia ficou conhecido pelo "de los cien fuegos" e o local do feito, onde foi erigida uma ermida, por "Cienfuegos". Os seus descendentes tomaram esta última forma como apelido.
Segundo refere o marquês de Abrantes, inscrevem os genealogistas as origens desta família num quadro de quase inexcedível grandeza e antiguidade, fazendo-a derivar de um lendário príncipe Constantino, aliado do Papa Estêvão III contra Desidério, Rei da Lombardia, e vencedor deste.
Na sua opinião,contudo, os "de Queirós" provêm dos antigos senhores da vila desta designação, nas Astúrias, que tiveram alguma preponderância social no nosso país no século XIV.
Terá sido no último quartel deste século que passou a Portugal Fernando Álvares de Queirós, que seguiu o partido do Rei D. Fernando I, o Formoso, contra Henrique III de Castela, aqui se casando com D. Elvira de Castro, com geração que continuou este nome no nosso país.
Armas - Um escudo esquartelado, do qual os primeiro e quarto quartéis são: de prata, seis crescentes de vermelho, em duas palas; e os segundo e terceiro também de prata, um leão de vermelho.
Timbre: o leão do escudo.
- Família Ribeiro
História - Se nos abstrairmos das legendárias e muito remotas origens que alguns genealogistas dão a esta linhagem, para a fazerem remontar à Alta Idade Média, teremos que, documentadamente, ela provém de D. (?) Afonso Pires, dos «da Ribeira», que do seu casamento com D. Maria Raimundo, dos «de Sequeira», teve a Pedro Afonso da Ribeira, com geração que prosseguiu o nome, tendo os primeiros vivido em meados do século XIII.
Armas - As primitivas armas que esta linhagem usou, neste século, eram um palado, ou um campo de ouro com palas de vermelho.
Posteriormente, esquartelaram estas armas com: de negro, três faixas veiradas de prata e vermelho.
Como timbre, foi-lhes atribuído um lírio de verde com cinco flores de ouro.
- Família Sá
História - Nome de raízes toponímicas, deve provir do de um dos lugares, aldeias ou quintas desta designação, no termo de Gaia, e é verosímil que tenha sido adaptado como apelido por uma linha de descendência varonil da linhagem dos «da Maia».
Assim, o João Anes de Sá, cavaleiro, senhor das quintas e honras de Gemunde e Sá na comarca de Gaia, contemporâneo dos Reis D. Dinis e D. Afonso IV, talvez fosse a mesma pessoa que João Afonso de Gaia, o Trovador, filho natural de um membro secungénito daquela linhagem. De João Afonso de Sá foi filho e sucessor Rodrigo Anes de Sá, que do seu primeiro casamento, com Júlia ou Cecília Colona, neta do cardeal «Sciarra» Colona, teve ao afamado João Rodrigues de Sá, fiel companheiro e partidário do Mestre de Avis que este, logo que subiu ao trono, fez seu camareiro-mor e alcaide-mor do Porto, além de lhe dar muitos outros senhorios e terras. Daquele João Rodrigues, chamado o das Galés por um feito praticado na Ribeira de Lisboa, durante o cerco da capital pelos castelhanos, em que tomou sozinho uma galé ao inimigo, é proveniente a família dos Sás, cuja chefia veio a cair na Casa dos Condes de Penaguião
Armas - Escudo xadrezado de prata e azul.
Timbre: um búfalo sainte, xadrezado do mesmo e com uma argola de ouro nas ventas.
- Família Sampaio - Sampayo - São Paio - São Payo - Sam Payo
História - Nome de raízes tipicamente toponímicas, por ter sido tirado do da honra desta designação, em Trás-os-Montes, e que foi adoptado por apelido pelos seus senhores.
Em termos documentais, não se torna possível fazer remontar esta família a épocas anteriores ao reinado de D. João I e ao seu proprietário e vassalo Vasco Pires de São Payo, senhor da honra do seu nome e de Vila-Flor, Chacim, Ansiães, etc., embora ele fosse quase por certo descendente da linhagem dos «de Chacim».
A chefia desta família está na Casa dos Condes e Marqueses de São Payo.
Subsiste nos dias de hoje, por diversos membros desta família, o uso de várias grafias para este apelido: Sampaio e Sampayo, São Paio e São Payo. Por uma questão de uniformização de critérios, também aqui se adoptou agrupar todos sob a grafia moderna, ou seja, Sampaio.
Armas - Escudo esquartelado, sendo os primeiro e quarto de ouro, uma águia estendida de púrpura, lampassada de vermelho, e os segundo e terceiro xadrezado de ouro e negro; bordadura de vermelho, carregada de oito SS de prata.
Timbre: a águia do escudo, carregada de um desses SS no peito.
- Família Sequeira
História - Nome de raízes toponímicas, ignora-se de qual das terras e vilas desta designação terá provindo. A família que o adoptou por apelido será de origem ainda medieval, mesmo se não levar em consideração tudo o que sobre ela dizem certos genealogistas.
Um ramo dos Sequeiras, proveniente de D. Frei Fernão Roiz de Sequeira, usou chamar-se de Sequeira Freire ou Freire de Sequeira, pretendendo-se que isso derivava do facto de serem eles remotos descendentes de uma avó Andrade.
É, no entanto, bastante mais provável que aquele Freire proviesse da profissão religiosa de D. Frei Fernão, que sucedeu a D. João I no mestrado de Ordem de Avis.
É também erro óbvio escrever-se Siqueira, visto que sempre os documentos referiram esta família como Sequeira, o que aliás está de acordo com as raízes etimológicas do termo.
Armas - De azul, cinco vieiras de ouro postas em aspa
Timbre: quatro penachos ou plumões de azul entre os quais se coloca uma das vieiras do escudo.
- Família Serpa
História - Nome de características raízes toponímicas, tirado que foi do da vila alentejana com tal designação.
É possível que a linhagem medieval dos de Serpa provenha de um filho bastardo do infante D. Fernando, irmão do Rei D. Dinis e senhor de Serpa.
Armas - De verde, uma serpe de ouro voante, encimado por um leão do mesmo, ladeado por duas torres de prata.
Timbre, uma torre do escudo, rematada por uma serpe de ouro, sainte das ameias.
- Família Silva
História - Nome de raízes toponímicas, foi extraído do da torre e honra desta designação, junto de Valença. A linhagem que o adoptou como apelido é de remotas e nobres origens, pois que anteriores à fundação da Nacionalidade e derivada da Casa Real de Leão.
Armas - Usam os Silvas das armas dos reis de Leão: de prata, um leão de púrpura, armado e lampassado de vermelho ou azul.
Timbre: o leão do escudo.
- Família Sotomaior - Sotomayor - Sottomaior - Sottomayor
História - Nome de origem patronímica, com raízes em Soutomaior, Pontevedra na Galiza.
Desta família nobre de remotas origens passaram diversas vezes membros ao nosso país, aqui dando nascimento a novos ramos daquela linhagem.
Armas - De prata, três faixas xadrezadas de ouro e vermelho de três tiras.
Timbre: um leão de prata, carregado das três faixas do escudo.
- Família Sousa - Souza
História - Nome de raízes toponímicas tirado da terra de Sousa, designou primeiramente a linhagem deste nome, cujas origens documentadas datam de épocas anteriores à Nacionalidade, vindo posteriormente a ser apelido da família em que tal linhagem veio a transformar-se.
Tendo recaído em senhora os dois principais ramos desta família, as duas damas da família, D. Maria Pais, chefe da linha primogénita, e D. Inês Lourenço, a secundogénita, vieram a casar respectivamente com D. Afonso Dinis, filho bastardo legitimado de D. Afonso III, e com D. Martim Afonso, meio-irmão daquele.
De D. Maria Pais e D. Afonso nasceria a linha de Sousas dita de Arronches, por terem detido este senhorio, hoje chefiada pelos Duques de Lafões
De D. Inês e D. Afonso descenderiam dos Sousas ditos do Prado, por terem tido o senhorio desta vila, ou Chichorros, da alcunha daquele D. Martim.
Armas - As armas primitivas dos Sousas eram de vermelho, uma caderna de crescentes de prata.
Os Sousas primogénitos, isto é, os de Arronches, usaram esquartelar as armas antigas do reino, isto é, de prata, cinco escudetes de azul em cruz, cada um carregado de cinco besantes do campo em aspa, com as referidas armas dos Sousas.
Mais tarde, no entanto, vieram a acrescentar aos primeiro e quarto quartéis as bordaduras de castelos das armas modernas de Portugal, com um filete negro em contrabanda, significando a bastardia de D. Afonso Dinis.
Os Sousas do Prado ou Sousas Chichorros conservaram nos seus primeiro e quarto quartéis as armas antigas de Portugal, usando os segundo e terceiro de prata, um leão de púrpura
- Família Tavares
História - Nome de raízes toponímicas, foi ele tirado do da terra desta designação, na Beira, e adoptado como apelido por um ramo da descendência da linhagem dos «de Riba-Douro», destes proveniente através dos Fonsecas. É, pois, família antiga e de grande nobreza, aparentada com uma das melhores famílias medievais.
O primeiro a usar o apelido foi Estêvão Pires de Tavares, filho do rico-homem Dom Egas Garcia da Fonseca, e que tomou o nome da terra de Tavares, na Beira. Foi casado com Dona Ouroana Esteves e seus filhos continuaram a usar o apelido de Tavares, que posteriormente perdeu a preposição.
O ramo espanhol descende de Portugal e mudou a grafia para Tabares. Vários cavaleiros desta linhagem provaram a sua nobreza nas Ordens de Santiago (1731 e 1738) e Carlos III (1793), bem como na Real Chancelaria de Valladolid (1792). Don Alfonso de Tabares y Ahumada foi criado Marqués da Casa Tavares em 16 de abril de 1720.
Armas - De ouro, cinco estrelas de seis raios de vermelho, em aspa.
Timbre: um pescoço e cabeça de cavalo de vermelho, bridado de ouro.
- Família Tavora
História - Nome de raízes toponímicas, terá derivado do rio com esta designação ou do de uma vila junto a ele e que também se chamava de Tavora.
Dão os genealogistas a esta família remotíssimas e nobres origens, anteriores em muito à fundação da Nacionalidade e radicadas num filho do Rei Ramiro II de Leão.
Diz-se também - e isto parece ser verídico - que os mais primitivos Tavoras foram os fundadores do Mosteiro de São Pedro das Águias. Documentadamente, contudo, não se pode recuar a épocas anteriores à primeira metade do século XIV e a Lourenço Pires de Tavora, cavaleiro e senhor do Minhocal, por mercê de D. Pedro I, bem como do couto de São Pedro das Águias.
E a verdade é que a família dos Tavoras é uma daquelas, raras, que teve uma ascensão nobiliárquica constante, tendo exercitado os mais elevados cargos e funções desde o século XIV até à brutal extinção do seu ramo primogénito, o dos Condes de São João da Pesqueira e Marqueses de Tavora, em 1759, e pela iníqua sentença executada em 13 de Janeiro daquele ano. Por ela se determinou também a proibição do uso deste nome e do das respectivas armas.
Depois da morte de D. José I e do consequente afastamento do seu omnipotente ministro do poder, os familiares dos Tavoras sobreviventes conseguiram que o processo de que resultara a sua condenação fosse revisto. Por ordem expressa da Rainha D. Maria I se reuniu então um tribunal constituído por dezoito magistrados, que na madrugada de 23 de Maio de 1781 decretaram por esmagadora maioria a total inocência da família Tavora, redigindo-se uma sentença nesse sentido.
Mas porque esta implicava a mais brutal e feroz injustiça por parte de seu pai, afinal o primeiro responsável da primitiva sentença condenatória, aquela soberana jamais teve a coragem de promulgar expressamente a nova.
Encontra-se a representação da chefia desta família na Casa dos Condes da Ribeira.
Armas - De prata, cinco faixas ondadas de azul.
Timbre: um golfinho de prata, sainte de uma capela de ramos folhados de verde e floridos de ouro.
- Família Teixeira
História - Nome de raízes toponímicas, pois que extraído do da vila com esta designação, foi adoptado como apelido logo no século XII por D. Hermígio Mendes de Teixeira, contemporâneo de D. Sancho I e senhor de Teixeira e Gestaçô. Do seu casamento com D. Maria Pais, filha de D. Paio de Novais, teve descendência que lhe continuou o apelido e a família.
Armas - De azul, uma cruz potenteia de ouro, vazia do campo.
Timbre: um unicórnio de prata, sainte.
- Família Valente
História - Nome proveniente de alcunha, é plausível que exista mais do que uma família a usá-lo por apelido. Aos Valentes medievais os genealogistas costumam atribuir remotas e nobilíssimas origens, fazendo-os descender de D. Gonçalo Ouveques, fundador do Mosteiro Cete. Documentalmente, contudo, sabe-se que D. Vicente Afonso Valente, membro do cabido da Sé de Lisboa, instituiu por seu testamento de 1336 o morgadio dito da Póvoa, nomeando para seu primeiro administrador seu irmão Lourenço Afonso. Para trás daquele Vicente Afonso, apenas se sabe que ele era sobrinho de duas damas, D. Sancha e D. Gontinha, e possivelmente aparentado com um bispo D. Estêvão que se não consegue identificar. Esta fami7ia de Valentes era da pequena nobreza de escudeiros, com alguns cavaleiros, e a sua chefia veio a recair no ramo dos Castelo Brancos que teve a Casa dos Condes de Vila Nova de Portimão.
Armas - De vermelho, um leão de ouro, armado e lampassado de azul, carregado de três faixas do mesmo, cada faixa furada de seis peças de ouro.
Timbre: o leão do escudo.
- Família Vasconcelos - Vasconcellos
História - Nome de raízes toponímicas, foi tirado da terra com esta designação.
Foi adoptado por apelido por João Pires de Vasconcelos, senhor daquela terra e contemporãneo de D. Afonso II, mas que terá vivido até meados do século XIII.
Foi casado com D. Maria Soares, com geração que deu continuidade ao nome.
Consoante a opinião de alguns autores, a chefia desta família veio a cair na Casa dos Vasconcelos, do morgado do Esporão e dos Condes de Figueiró (antigos).
Armas - De negro, três faixas veiradas de prata e vermelho.
- Família Vieira
História - Nome de raízes toponímicas, pode ele derivar tanto de Vieira do Minho como de Vieira de Leiria. Os Vieiras antigos tiraram o apelido da primeira daquelas, e deles se conhece logo em inícios do século XIII a Rui Vieira, sabendo-se que era fidalgo, pois segundo as Inquirições de D. Dinis, se sabe que ele honrou a sua terra da comarca de Vieira do Minho. Daquele Rui Vieira foram filhos Pedro e João Rodrigues Vieira, que deixaram ambos descendência que continuou o nome.
Armas - De vermelho, seis vieiras de prata postas em duas palas.
Timbre: dois bordões de Santiago de vermelho, ferrados de ouro, passados em aspa e encimados por uma das vieiras do escudo.
Certos ramos desta família usaram uma variante, com as vieiras de prata e um timbre formado por uma aspa de vermelho, carregada de cinco ou três vieiras do escudo.
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